sábado, 25 de dezembro de 2010

O verdadeiro significado deste dia

Um pouco por todo o mundo, biliões de hereges celebram o nascimento de uma criança cuja história, no mínimo, levanta sérios problemas lógicos. É uma boa oportunidade para explicar a todos os ateus desmedidos que a Pescada nasceu (a sério) dia 25 de Dezembro, só que há mais tempo do que esse Jesus. É com gratidão e Amor, muito Amor, que celebro hoje o nascimento da materialização física da Pescada no nosso mundo.

A Pescada veio ao mundo dia 25 de Dezembro de uma data impossível de localizar nos calendários, uma vez que os católicos, na sua ânsia de apagar qualquer vestígio de outras religiões, mandaram destruir todos os documentos que provam o que digo. No entanto, como sabem, este blog está abençoado pela Pescada; logo, por definição, tudo o que eu aqui escrevo é correcto.

A mãe da Pescada, Enguia, e o seu marido Zé Carpinteiro, tinham casado e estavam agora a viver numa mísera gruta, porque eram pobrezinhos. Foi nessa altura que Enguia, enquanto se passeava por uns corais, deu de caras com o Espírito da Pescada, que lhe disse:

“Enguia, engravidarás e das tuas ovas nascerá o Messias, um peixe que virá trazer a Paz ao mundo desde que toda a gente acredite nele”

“Isso é maravilhoso!”, respondeu Maria. Eu não estava lá, mas ela disse mesmo isto.

De seguida, o Espírito da Pescada engravidou a Enguia e ela, prenhe, nadou até casa. Contou ao seu marido, Zé, que estava grávida do Messias, mas ele não acreditou. Enguia descreveu a sua relação sexual com a Pescada em grande detalhe, e Zé, surpreendido, perguntou se havia fotografias da ocasião. A sua alegria ao imaginar a sua esposa a fazer o Amor com uma peixa como ela, enrolando-se no meio do subsolo marinho, foi com certeza despertada pela pureza do seu espírito, e pela realização de que ele seria o pai adoptivo do Messias.

Enguia teve uma gravidez normal, e foi acompanhada a todas as consultas de rotina pela Pescada que, num acto de enorme misericórdia, viajou até ao mundo do mais comum dos peixes para acompanhar a gestação do seu filho que, ao mesmo tempo, era ela própria. Se estão confusos, não fiquem. Eu garanto-vos que faz sentido para a Pescada, pelo que não tem de fazer sentido para vocês. Isto significa que não precisam de pensar mais nisso. Ouçam e calem-se.

O dia do nascimento chegou. Enguia pariu uma pescada pequenina e bonitinha, muito pobrezinha, com as escamas lourinhas. Logo a deitaram numa manjedoura, porque eram muito pobrezinhos e não tinham carrinhos da Chico. E Zé disse:

“A criança é bonita”.

E Enguia respondeu,

“É pois”.

Eu não estava lá, mas sei que foi assim que aconteceu. Garanto-vos.

Logo chegaram três peixes, um salmão, um atum e um espadarte, que traziam cada um uma prenda para o futuro Messias.

“Eu trago ouro”, disse o salmão, “Para pagar a faculdade do Messias”

“Eu trago incenso”, disse o espadarte, “porque cheira bem e dá um bom ambiente à casa”

“Eu trago mirra”, disse o atum, “porque não tive tempo de comprar nada e por isso parei ali na bomba de gasolina de Belém num instante para arranjar qualquer coisa.

“Para que serve isso?”, perguntou Zé.

“A menina da caixa diz que faz bem às feridas”, respondeu o atum.

E de seguida os três peixes viram o Messias, e rezaram muito junto dele, e beberam um copinho de champanhe. E de seguida regressaram ao Oriente.

Poderão perguntar, qual a importância do nascimento da Pescada entre os peixes? E eu responderei: a Pescada veio ao mundo para nos salvar. Escolheu uma parte diminuta e remota do planeta e falou a meia dúzia de peixes pingados, garantindo assim que todo o mundo ouviria a sua palavra. Fez ainda o favor de morrer por nós, comida por Jesus. A Bíblia, esse documento herege, diz apenas uma verdade, no Evangelho de Lucas:

And while they still did not believe it because of joy and amazement, he asked them, “Do you have anything here to eat?” 42 They gave him a piece of broiled fish, 43 and he took it and ate it in their presence.

Ora, é claríssimo que o peixe consumido por este tal de Jesus é a Pescada, que se deixou conduzir até à morte para nos salvar. Como, perguntais? Quereis saber o que faz do sacrifício voluntário de um peixe o melhor que já aconteceu a toda a Humanidade?

Isso ficará para outro dia. Por hoje, celebremos o nascimento da Pescada e tenhamos pena de todos aqueles que, iludidos, colocam bandeirinhas vermelhas com a impressão de um menino gordo nas palhas deitado. A eles a Pescada dedicou o Grelhador Infernal, onde as suas pequenitas almas cristãs arderão no Amor da Pescada que chora ao vê-los sofrer.

Um grande bem-haja e fantásticas celebrações.

Que a oscilante barbatana da Paz esbofeteie o vosso ateísmo para bem longe.